quarta-feira, 22 de abril de 2009

Em todo lugar...

Imagens reluzentes em desejos proibidos.
Boca amarga na manhã fria.
Fome de tudo, em tempos de nada.
Agonia feliz na madrugada amiga.
Seguindo assim meus olhos correm a vida.
Em todo lugar!!!!!
Sustentações melancólicas atuais.
Desgaste da máquina presente.
Busca da autonomia perdida.
Questões formuladas a esmo.
Seguindo assim meus pés percorrem o mundo.
Em todo lugar!!!!!
Loucura semanal estarrecida.
Tarefas fundidas em ócio.
Preguiça mulher do tédio.
Doçura talhada em fel.
Seguindo assim meu coração batuca a fanfarra.
Em todo lugar!!!!!
Palavra contida na letra imperfeita.
Som transformado em barulho.
Guia sem direção.
Amor pra variar.
Seguindo assim minhas mãos tremem.
Em todo lugar!!!!
Água suja no banho.
Lixo na sala de jantar.
Desespero no quarto de hotel.
Fúria irmã da sorte.
Seguindo assim minha cabeça gira.
Aqui! Ali! Lá e cá!!!Ontem! Hoje!
Amanhã sentindo.
Seguindo assim por hora.
Em todo lugar!!!!!

Renato Leme

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Borboleta...

Borboleta pousou no meu jardim.
Disse-me: bom dia sol!
Ela cruza meu passeio,com rosas
e dores.
Abraços e amores!
Deixe-me num curto espaço de tempo.
Beije-me numa longa história amarga.
Aperte meus anseios em sua liberdade.
Sejamos felizes!
Borboleta pousou no meu jardim.
Disse-me: quero ser grande!
Eu disse: agarre seus sonhos!
Enquanto isso: Dançamos na chuva!
Traçamos as coordenadas.
Amigos e tragédias!
Quero saber seu nome!
Lembrar seu rosto!
Dizer apenas que sou um estranho à esperar.

Renato Andrade

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sem notar...


Torna-me sábio...Transforma água em vinho...

Faz-me teu guia...Salva-me dos dias...

Às avessas vou levando...

Assim quando passas por mim...



terça-feira, 14 de abril de 2009

Palavras ao vento...


Nenhuma palavra sai da boca pra fora...
Palavras ao vento...São temporais...
O que me importa...se nada falo...ou penso...






Regando Flores...


Não quero ser chato, nem ao menos estúpido,mas é tudo o que sou nos últimos meses. Tenho aprendido também a ser rancoroso, coisa que antes abominava. Entre idas e vindas a vida desconhece o próprio " eu ". Aquele velho poeta regado de insanidade moral e biritas semanais, agora perdido em suas próprias palavras.
Fácil é olhar o que passou e sentir uma dor agúda no peito, mostrando claramente como é difícil seguir este caminho.
Não ter aquilo que se quer é uma dádiva do ser humano, aceitar como é, sempre continuará sendo uma eterna burrice.
Aprender pra mim é quase impossível, compreender torna-se um tédio e uma profunda depressão. Por essas e outras sigo sorrindo mesmo sem ter graça. Afinal sou um palhaço, entretendo a ilusão.
Me interesso pela continuidade dos dias, são neles que me apego e escalo os momentos incertos de cada segundo. Se não há tempo a perder, então melhor não pensar nele, sempre perderemos algo, à todo instante. Não percebemos, porque o tempo nos engole, encobrindo assim nossa perda.
O ideal nessas circunstâncias é escalar a montanha e seguir em frente.
Meu coração quase perdeu a esperança do amor, só não se foi por completo, pois , esperança é aquilo que nunca se perde, fica guardadinha alí, em algum canto de cada um de nós.
Tenho tentado dar um tempo pra palavra e pra cabeça, consecutivamente pra alegria e pra tristeza. Mantendo o caos estagnado, e regando flores com minhas próprias lágrimas.

Renato Andrade.